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Mulheres que correm com os Lobos…

12 jul

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Há muito tempo tenho ouvido falar do livro que dá título a esse post e lido alguns trechos e resenhas dele por aí. Finalmente comprei o meu exemplar para ler com calma e resolvi bater um papo com vocês sobre o primeiro capitulo.

Mulheres que correm com os Lobos, da psicóloga Clarissa Pinkólas Ester, fala sobre a compreensão da natureza da mulher selvagem(essência da alma feminina) através da interpretação de lendas e histórias antigas e a semelhança de suas características com a de uma loba. A obra dialoga sobre os conflitos da “Mulher Moderna” e como atingir a verdadeira libertação.

A primeira lenda apresentada é a La Loba, a Mulher Lobo que fala sobre uma senhora que vive em um lugar oculto de que todos sabem, mas que poucos já viram. Como nos contos de fadas, ela parece esperar que cheguem até ali pessoas que se perderam e que estão vagando a procura de algo.

Ela tem uma aparência estranha, parece evitar pessoas e emite mais sons animais do que humanos. Segundo a lenda, o único trabalho dela é recolher ossos de todas as criaturas e conservá-los, sobretudo, o que corre o risco de se perder para o mundo, mas a sua especialidade são os lobos.

Ela se arrasta pelos vales e quando consegue reunir um esqueleto completo, faz uma fogueira e canta uma canção. Com o seu canto o lobo volta a viver com força e vitalidade, e livre a criatura corre por um desfiladeiro até tornar-se uma linda mulher.

Resumi o conto de forma simplista, mas acredito que consegui transmitir o que ele nos fará refletir e a sua mensagem serve para homens e mulheres.

Em algumas situações da vida, demonstramos uma angustia tão grande e nem sabemos ao certo o porque, sentimos a perda do referencial, de nossos valores, questionamos quem somos perante as pessoas e a vida. Como escorpiana inquieta e visceral, muitas vezes me senti com a alma cansada, sem identificação da minha real essencia e indaguei meu papel no mundo.

No livro, a longa reflexão sobre o conto de La Loba traz uma auto analise que eu hoje vejo como essencial: Onde estão os seus ossos?

Todos nos começamos como ossos perdidos no deserto e é nossa responsabilidade recuperar suas partes, esse é um processo que exige dedicação, atenção e cuidado.

La Loba indica o que devemos procurar- a indestrutivel força da vida, seu conto de ressurreição  nos mostra o que pode dar certo para a alma. Ele revela que se cantarmos a canção, poderemos conclamar nossos restos psiquicos e voltar a nossa forma vital. Cantar significa usar a voz da alma, sussurrar a verdade da necessidade de cada um, soprar alma sobre aquilo que esta doente.

Isso se realiza no mergulho mais profundo em nosso amor próprio, no resgate pelo que gostamos de fazer, no cultivo das amizades que nos fazem felizes, na nossa fé, exercicio da criatividade,  na busca pelos anseios que enxergamos com o canto dos olhos. Mas não na procura pela realização atraves do outro,  o real encontro  é solitário.

Ouvindo Priscilla Ahn – Dream

PS. Eu espero que para vocês esse conto seja também alimento para a alma, volto em breve com as minhas histórias ….Beijos aos queridos..Desculpem os problemas de acentuação, continuo brigando com meu teclado…Este texto tem trechos adaptados do livro.